A proposta desta obra é fazer um registro histórico dos primeiros passos para a criação de um Geoparque na Bacia do Rio Corumbataí, no interior do estado de São Paulo, Brasil, relatando o encontro dos pesquisadores, a escolha da área, a formação do Grupo de Trabalho (GT), o envolvimento com o poder público e a população local.

Os Geoparks Globais da UNESCO constituem áreas detentoras de patrimônio geológico, de valor internacional, associando-se aos aspectos culturais da região, onde são desenvolvidas atividades de geoconservação, educação e geoturismo, fomentando o desenvolvimento sustentável e promovendo o bem-estar e o sentimento de pertencimento na população local.

Assim, quem percorre a região se encanta com a beleza cênica do relevo de cuestas basálticas, dos morros testemunhos, como o Camelo e o Cuscuzeiro, em Analândia. Na região também ocorrem expressivas quedas d’água, grutas e cavernas em arenitos, fósseis de répteis mesossaurídeos que atestam a ligação pretérita entre Brasil e África, além de sítios arqueológicos com artefatos líticos que remetem a civilizações pré-históricas. Nesse cenário de geodiversidade, destacam-se as rochas que compõem os reservatórios do Sistema Aquífero Guarani.

O Geoparque Corumbataí, o único no mundo a ser delimitado por uma bacia hidrográfica, se configura como instrumento de gestão territorial que promove sustentabilidade sem haver necessidade de elaboração de lei, não se trata de uma nova Unidade de Conservação nem, tampouco, de um Parque Geológico.